Não há revolução por aqui. Não sou – autora de notas soltas – fugitiva, oprimida, bastarda, inferior ou anárquica. Estamos, eu e alguns convidados, mais para um bando de loucos em marcha no outono.
Nada neste texto, nesta página e neste passo de vida trará máquinas de guerra nômades ou rizomas. Marginais não serão monopolizados e empacotados em prosas glutosas e ideologicamente pautadas. Não há aqui militância política subversiva e, até onde sei, o que se pretende dizer será dito despido de linguagem pseudo-profunda.
Não há empreendedorismo de conceitos – pensamentos esvaziados de sentido real. E não tenho tempo para despejar charme cínico sobre leitores curiosos. Escrevo por hábito, acaso e ocasião, enquanto a roupa gira na máquina e o arroz ferve no fogão!
As primeiras notas nascem de esperança, as últimas de um certo asco às abstrações e aos arabescos. Clareza ainda é uma regra de educação.
Muito embora haja textos de toda sorte por aqui, eles não tem compromisso com a expectativa do leitor, mas com a necessidade da escritora, que segue caminhando e endireitando a coluna sob contingências que extrapolam o controle (e algumas vezes a compreensão).
Nas viagens do pensamento as certezas de tenra idade voam como folhas ao vento, secas e estéreis sob o sol onde tudo se torna vão.
Mas esta escritora cultiva uma fé: a de que a Verdade perdoa o pecador arrependido, não importa quantos erros tenha cometido, mas não deixa passar ilesa a conduta, nada ilibada, de um rato glutão.